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Introdução

O mercado brasileiro de painéis à base de madeira reconstituída está em fase de consolidação de um ciclo de expansão e modernização de seu parque fabril que iniciou-se em 1997, quando empresas que já atuavam neste mercado como Berneck, Duratex e Satipel começaram a implantar novas linhas de produção de MDF (Duratex Agudos/SP em 1997 e Tafisa Piên/PR em 1998) e de MDP (Tafisa Piên/PR em 1998, Berneck Araucária, Duratex Itapetininga/SP e Satipel Uberaba/MG, nos anos 1999 e 2000). No final do ano 2000 a Masisa inicia suas operações no Brasil com a linha de MDF instalada em Ponta Grossa/PR.

No início dos anos 2000, o mercado da construção civil, tanto no sistema de construção a seco, quanto no sistema tradicional, em alvenaria, também representou um enorme potencial de consumo para painéis OSB. Tanto foi que a Masisa tornou-se a primeira empresa no Brasil a apostar neste produto, tendo instalado uma linha em Ponta Grossa/PR, cujo controle foi transferido à LP Brasil em novembro de 2008.

Enxergando uma oportunidade de entrar no mercado brasileiro incorporando um dos fabricantes já existentes, a Arauco assumiu o controle da Placas do Paraná, aproveitando a base florestal e passando a oferecer MDP a partir de sua planta de Curitiba/PR e também MDF a partir da planta de Jaguariaíva/PR, cujo início de operação deu-se em setembro de 2001.

Com a sinalização da economia de que haveria um crescimento no consumo de painéis junto aos fabricantes de móveis, esta onda de novos investimentos teve continuidade nos anos de 2002 a 2006, período em que ocorreu a implantação de mais estas linhas:

- Tafisa Piên/PR - MDF II (2002)
- Fibraplac Glorinha - MDF I (2003)
- Duratex Botucatu/SP - MDF (2004)
- Fibraplac Glorinha - MDF II (2006).

Concomitante a estas novas linhas de painéis, seguiram-se projetos de novas linhas para impregnação de papéis (Duratex, Eucatex, Masisa, Fibraplac e Satipel) — algumas delas ainda a serem instaladas; e também de revestimento à base de melamina (BP e flooring) instaladas por Arauco, Berneck, Duratex, Eucatex, Fibraplac, Masisa e Satipel.

Vendo a crescente demanda por MDF, fabricantes tradicionais de compensados como Guararapes e Sudati também enxergaram oportunidades de negócio, e implantaram em 2009, no estado de Santa Catarina, duas linhas multi-piso para a produção de painéis MDF e agregar valor posteriormente, com revestimento melamínico.

Nos anos de 2008 e 2009 vimos a entrada em operação de outras três linhas de MDF e duas de MDP:

- Satipel Uberaba/MG - MDF
- Berneck Araucária - MDF
- Duratex Agudos/SP - MDF II
- Masisa Montenegro - MDP
- Satipel Taquari - MDP.

Em 2010, tivemos a oportunidade de acompanhar o término das obras e o início das operações da linha de THDF da Eucatex em Salto/SP.

Para 2012 são esperadas:

- a segunda linha de MDF da Berneck, localizada agora em Curitibanos, no estado de Santa Catarina;
- a segunda linha de MDF da Arauco localizada no mesmo site de Jaguariaíva/PR;
- a segunda linha da Duratex dentro do site localizado em Itapetininga/SP, agora para produzir painéis MDF.

Para 2017 está previsto o início das operações da empresa Asperbrás no município de Água Clara-MS. Inicialmente será uma linha de produção de painéis de fibra de média densidade (MDF) e na seqüência uma linha de aglomerado (MDP).

A Floraplac, situada em Paragominas, no Pará, partiu sua linha de produção chinesa (da SWPM), de 220.000m³ / ano de capacidade nominal em outubro de 2010. Agora, apesar da concorrência inesperada de alguns produtores de MDF de grande escala do sudeste do Brasil, a empresa fez seu nome no Nordeste para emplacar também seus painéis revestidos com melamina (BP).

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A Floraplac MDF, o primeiro fornecedor de MDF a fabricar no coração do norte do Brasil, afirma ter conquistado uma participação substancial, cerca de 70%, do mercado de painéis nesta região de rápido desenvolvimento.

A empresa utiliza para seus painéis uma nova mistura de fibras de eucalipto e madeira de lei tropical de baixa densidade (paricá).
A Floraplac MDF é a subsidiária de painéis de madeira do Pará Grupo Concrem de Dom Eliseu de painéis de madeira, compensados ??e madeira maciça.

Desde o arranque da fábrica, quando começou a fazer painéis com 100% de eucalipto, foi acrescentando gradualmente mais fibra de paricá para obter uma mistura com características de painel agora próximas das dos painéis de pinus.

O mercado continua em marcha, com a Berneck lançando sua segunda linha de MDF da Siempelkamp, agora em Curitibanos (SC), em junho de 2012.

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Na seqüência, acompanhamos a Arauco em Jaguariaíva aumentar as referências da fornecedora alemã, com sua segunda linha de MDF, cujo início de produção deu-se em março de 2013.

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Voltamos os olhos novamente para São Paulo, onde a Duratex desengavetou mais um grande projeto, com a segunda linha de painéis em Itapetininga, agora para painéis MDF.

A linha da sempre fornecedora Siempelkamp, com capacidade para 520.000 m³/ano, partiu em junho de 2013.

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Devido a uma demanda abaixo do esperado do mercado, a direção da empresa decidiu interromper as operações no site em 2015.

Com o reaquecimento, a Duratex retomou a produção em abril de 2018.

O ano de 2014 marcou a partida em dezembro da segunda linha de produção da Berneck em Curitibanos (SC), mantendo o modelo operacional de Araucária, agora com uma linha de painéis MDP.

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Os fabricantes menores também se movem !

Os anos de 2016 e 2018 marcaram o movimento destes fabricantes:

1) A Guararapes partiu em maio de 2016 sua segunda linha de MDF, agora trocando a chinesa SWPM pela Siempelkamp.

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Surge um novo player, a GreenPlac, do grupo Asperbras, com o início de operação em junho de 2018 da anunciada linha de MDF na cidade de Água Clara, no estado do Mato Grosso do Sul, com capacidade para 250.000 m³/ano.

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2) 2018 ainda tem espaço para o lançamento de mais uma nova linha de produção. A Placas do Brasil foi criada em 2011 com a união de empresários Espírito Santenses. Sediada no município de Pinheiros, norte do estado do Espírito Santo, na região sudeste do Brasil. Sua estratégica localização é uma excelente fonte de abastecimento e logística para os mercados dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, e Rio de Janeiro e todo o nordeste brasileiro.

O fornecedor escolhido foi a também competente Dieffenbacher, com uma linha para 360.000 m³/ano.
O início de produção foi em junho de 2018.

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3) 2018 fecha com a continuação da estratégia de crescimento da Floraplac, com a partida de sua 2ª linha de MDF, no mês de outubro, da mesma fornecedora da Placas do Brasil, aumentando as referências da Dieffenbacher em nosso mercado.

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O estado de Santa Catarina continua tendo os holofotes para si: o próximo movimento aguardado é o início das operações da Berneck em Lages, previsto para o segundo semestre de 2021.

O projeto prevê uma linha de MDF com capacidade para 570.000 m³/ano, seguida de uma linha serrados, capacidade de 450.000 m³/ano.

A maioria, de acordo com o presidente da empresa, Gilson Berneck, é que 70% da produção de MDF será destinada ao mercado interno regional e nacional, e o restante ao mercado externo, principalmente América do Sul, Estados Unidos e China.

A obra está 30% concluída, isso porque teve atrasos por conta da pandemia com a paralisação das atividades de construção civil.

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O Boletim “Cenários Ibá”, produzido pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), apontou que, no primeiro trimestre de 2020, os produtos da indústria de base florestal chegaram a US$ 2,0 bilhões em comercializações com outros países. Celulose totalizou US$ 1,5 bilhão, enquanto papel somou US$ 451 milhões e painéis de madeira US$ 68 milhões.

O saldo da balança comercial do setor atingiu US$ 1,8 bilhão (-27,5%). No período, o setor representou 9,6% das exportações do agronegócio nacional e 4,1% do total do comércio exterior brasileiro.

No primeiro trimestre deste ano, a China seguiu como principal mercado da celulose brasileira, adquirindo US$ 719 milhões do produto. A América Latina, por sua vez, é o destino com maior negociação para painéis de madeira (US$ 38 milhões) e papel (US$ 262 milhões).

“São números de um período que abrange janeiro, fevereiro e de março, mês em que a pandemia ainda estava iniciando sua escalada no Brasil. Mas o aumento da produção de papéis demonstrou como os produtos originados nas árvores cultivadas, como as embalagens, que fazem alimentos e medicamentos chegarem a mercados e lares, e papéis para fins sanitários, como papel higiênico e lenços, se mostraram fundamentais. Este é um setor nato da bioeconomia, de base renovável, presente no dia a dia das pessoas e que está ao lado das pessoas no combate da Covid-19”, afirmou Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores.

Confira a seguir os indicadores de desempenho do setor de árvores plantadas durante o primeiro trimestre de 2020, obtidos a partir do boletim mensal da Indústria Brasileira de Árvores.

Produção – A produção de papel chegou a 2,6 milhões de toneladas (+1,2%) no trimestre. Destacaram-se o papel para fins sanitários (+4,0%), papelcartão (+2,8%) e papel para embalagem (+2,8%). Já a produção de celulose somou 5,1 milhões de toneladas (+5,3%).

Vendas Domésticas – As vendas de painéis de madeira no Brasil, no primeiro trimestre de 2020, somaram 1,6 milhão de m3 (-1,2%).  Já o volume de vendas domésticas de papel foi de 1,3 milhão de toneladas.

Exportações em volume – As exportações de papel apresentaram avanço de 3,8%, com total de 518 mil de toneladas comercializadas. A celulose chegou a 3,8 milhões de toneladas negociadas com outros países durante o período. Painéis de madeira totalizaram 313 mil m3 exportados.

Fontes : Indústria Brasileira de Árvores (Ibá)
Portal Móveis de Valor
Revista Wood Based Panels International Online
Site madeiratotal.com.br
Sites corporativos dos fabricantes de painéis.

EFEITOS DA PANDEMIA POR COVID-19 NO SETOR DE CELULOSE E PAPEL

As projeções de crescimento da economia global em 2020, revistas a partir dos efeitos da pandemia por Covid-19, são alarmantes no curto prazo.

Dados da Consensus Economics, combinados as estimativas de longo prazo da OCDE e da AFRY, mostram uma queda acentuada na geração de riquezas, que deve ficar negativa em 4% este ano. Todos os maiores mercados amargarão perdas significativas, com exceção da China, que hoje aponta para um crescimento do PIB de 1,9%, bem abaixo do índice de 6,7% registrado em 2016 e que foi o menor crescimento registrado das duas últimas décadas.

A Europa Ocidental, por exemplo, deve encolher 8% este ano, enquanto os países da América do Norte terão um PIB negativo de 6,4%. No caso da América Latina, o tombo estimado é de 4% e, observada de forma isolada, a maior economia do bloco, o Brasil, deve encolher ainda mais, com queda do PIB entre 6% e 10% em 2020.

A pandemia catalisou tendências globais, com impactos estruturais e permanentes. A digitalização e o trabalho remoto cresceram nas empresas; o ensino a distância tenta preencher a lacuna que o isolamento social impôs, e estamos vendo o comércio eletrônico avançar rapidamente em diversos setores. Ou seja, são todas tendências que impactam, de alguma forma, o consumo de papel.

No setor de celulose e papel, a pandemia criou impactos temporários, mas também acelerou mudanças estruturais. A demanda por papel de imprimir e escrever, que já vinha caindo rapidamente nos últimos anos, se acelerou, e com ela foi reduzida a oferta de aparas brancas ao mercado. O segmento de tissue foi impactado positivamente por conta do aumento da demanda por produtos de higiene pessoal.

Houve também um aquecimento do mercado de embalagens devido à maior demanda por produtos considerados essenciais, como os alimentos. Mas ainda pairam incertezas quanto à demanda total de celulose de mercado nesse ano – a principal queda viria do grande impacto negativo causado pela queda da demanda de papéis para impressão. Em queda desde meados de 2018, a rentabilidade dos produtores de celulose teve as margens ainda mais pressionadas no último trimestre do ano passado.

O setor corre para se ajustar por meio do aumento do preço, com a redução de produção e o menor número de projetos no pipeline em 2020-2025, ainda mais porque os estoques de celulose estão acima da média histórica, mesmo depois do aumento dos embarques no final do ano passado. Some-se, que a demanda por fibras têxteis permanece fraca, fazendo com que parte da capacidade de celulose solúvel esteja disponível para produção alternativa de celulose para o mercado de papel, e isso enfraquece o equilíbrio geral do mercado.  Nos últimos meses de 2020, espera-se que o preço da celulose de fibra curta (BHKP) na China apresente uma pequena recuperação, como reflexo do reaquecimento da economia local após a fase mais aguda do surto da Covid-19.

Isso poderá ocorrer caso a economia mundial se recupere, gerando assim o aumento da produção e consumo de papéis, com consequente menor ociosidade das fábricas, e da redução de estoques mun diais. Nesse contexto, em abril, a produção de papel pela China aumentou em 6%, na comparação com o mesmo período do ano passado.  Já no Brasil, a produção de celulose de mercado deve superar os 20 milhões de toneladas em 2020, e a produção de celulose solúvel de eucalipto deve continuar a crescer nos próximos anos.

Os investimentos previstos em novas unidades de produção têm como objetivo atender ao mercado externo, em particular a China, que já há alguns anos superou a Europa como principal destino da celulose nacional, e cujas importações continuarão a crescer. Atualmente, três projetos de celulose estão em implantação no mercado brasileiro: o da Lenzing/Duratex (MG), o da Bracell (SP) e o Puma II Klabin (PR), este último integrado com a produção de kraftliner.

O cenário também é positivo para o papel tissue.

Ao ser declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como pandemia global, em março, a Covid-19 gerou pânico inicial na população brasileira, que correu para comprar e estocar produtos considerados essenciais.

Muitos deles desapareceram dos pontos de venda nos primeiros dias, como foi o caso do papel sanitário, mas a situação foi rapidamente equacionada, porque existe capacidade instalada, em função dos investimentos em modernização que os fabricantes de tissue realizaram nos últimos cinco anos.

Portanto, uma boa notícia para o setor tissue é que não há risco de desabastecimento. E a outra é que, com a pandemia, o consumo de tissue deve crescer em torno de 4,5% este ano, em comparação aos 3,3% registrados em 2019. Isso porque o consumo de papéis sanitários tende a aumentar, de forma sistemática, depois da crise, estimulado por mudanças de hábitos de higiene, como, por exemplo, a substituição dos secadores de mãos elétricos pelas toalhas de papel.

Se confirmada, esta projeção recoloca o setor no ritmo registrado antes da crise econômica de 2014, demonstrando que o consumo do mercado brasileiro ainda pode crescer mais e que há espaço para produtos de maior valor agregado.

Por outro lado, o consumo de tissue “away-from-home”, por parte do comércio em geral e do setor de serviços, como hotéis, bares e restaurantes, deverá ter uma recuperação mais lenta, acompanhando o ritmo de retomada gradual das atividades, até atingir um padrão de crescimento próximo ao das vendas de papéis sanitários, papel toalha e guardanapos de papel para residências e hospitais.

O setor de embalagens, do mesmo modo, foi influenciado pela pandemia. Dados da AFRY mostram uma queda de 70% na demanda por embalagens para produtos não essenciais, como vestuário, por exemplo. Em contrapartida, cresceram os pedidos de embalagens para itens considerados essenciais, incluindo embalagens para alimentos e bebidas, produtos farmacêuticos, higiene e limpeza, como reflexo do aumento das vendas, da necessidade de ter esses bens estocados em prateleiras e da grande quantidade de embalagens utilizadas em produtos essenciais.

Outro setor impactado pelos efeitos da pandemia foi o de papelão corrugado. As vendas vinham crescendo desde junho do ano passado, sofreram uma ligeira queda em abril, mas apesar disso, o setor deve continuar aquecido até o fim do ano, muito em função da substituição do consumo de alimentos fora de casa pelo delivery, e também pela substituição de parte do comércio de portas abertas pelo e-commerce.

A produção da indústria local de papelão corrugado deve ser impulsionada ainda pela forte desvalorização cambial do real frente ao dólar, pois o aumento do preço do papel em reais tem levado o mercado consumidor a ampliar o estoque de embalagens, ainda que essa estocagem possa ser reflexo da incerteza quanto à regularidade da entrega de matérias-primas ocorrida nos primeiros meses do ano.

Ainda assim, paira um otimismo no setor, e o mercado brasileiro deve acompanhar o crescimento global de papelão corrugado a partir de 2021.   Já no mercado de aparas, apesar de o consumo aparente de papel não ter aumentado significativamente no Brasil na última década, o consumo cresceu entre 2011 e 2019, ultrapassando as 5 milhões de toneladas no ano passado.

Contudo, mesmo com o aumento do consumo de aparas pelos mercados de tissue e embalagens, a demanda total tende a ser menor nos próximos dois anos. Embora haja um movimento preventivo de formação de estoques em toda a cadeia, como forma de se precaver contra a desvalorização do real, que influencia no aumento do preço, a oferta de aparas tende a diminuir no curto prazo.

É que a disponibilidade de aparas caiu pela metade, dado que a infraestrutura de coleta, voltada principalmente às redes de comércio, escritórios e indústria, praticamente parou a partir de março, com o fechamento de shoppings, lojas de rua, redução da atividade da indústria automotiva e das importações de bens de consumo.  O mercado de celulose e papel, portanto, apresenta muitas variáveis que estão e podem seguir alterando o comportamento das vendas, em níveis diferentes de acordo com o segmento.

De qualquer forma, nem tudo no mundo da pandemia é de perspectivas negativas. Caberá ao próprio mercado de consumo ditar algumas tendências, que já se esboçam, e que influenciarão o desempenho desses mercados.

Fonte: Revista O Papel, junho/2020
(http://www.revistaopapel.org.br/noticia-anexos/1592859303_12119169b2cc2b67f58fb24cec7b6402_2002105451.pdf)

KLABIN

O papel de destaque da Klabin

Maior produtora e exportadora de embalagens do Brasil amplia suas vendas e encontra um caminho no comércio eletrônico. A missão, agora, é manter o crescimento em um cenário de incertezas para a indústria.

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PELA INTERNET - Cristiano Teixeira, CEO da Klabin: crescimento de visitas na plataforma virtual da companhia cresceu 60% e venda de embalagens de papel para food service quadruplicou nos últimos dois meses. (Crédito: Claudio Gatti)


Sérgio Vieira
24/07/20 - 10h00 - Atualizado em 24/07/20 - 10h24

Um bom termômetro para aferir a temperatura do varejo no Brasil, ainda mais no momento de crise provocado pela pandemia da Covid-19, é a produção de embalagens. A enorme procura em supermercados, somada ao crescimento do e-commerce no País após o início do isolamento social, criou um cenário positivo para a indústria de papel e celulose. Se há mais encomendas de embalagens, há aumento nas vendas. Nesse quesito, pode-se dizer que a Klabin ocupa papel de destaque. Nos primeiros três meses do ano, a companhia, que é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, cresceu 8% em volume em relação ao primeiro trimestre de 2019, com 849 mil toneladas comercializadas, performance pouco acima do observado para a toda a indústria do setor, que obteve alta de 7,5% no período. “Tanto no primeiro quanto no segundo trimestre, tivemos vendas maiores em todos os segmentos”, disse o CEO da Klabin, Cristiano Teixeira.

Foi no setor de bens não duráveis, como alimentação, bebidas e farmacêutico, que a utilização de embalagens de papel cresceu significativamente. No segundo bimestre de 2019, representava 79% do total comercializado. No mesmo período deste ano, pulou para 85%. No on-line, a alta foi impulsionada pelo acréscimo de cerca de 5,7 milhões de novos consumidores, segundo estudo da Neotrust/Compre&Confie, que foram às compras durante a pandemia. Mais consumo pelo computador reflete em mais embalagens.

Na plataforma virtual da companhia, o reflexo foi percebido desde o início da quarentena. Entre março e junho, o fluxo de visitas na rede da Klabin cresceu 60%. Nos últimos dois meses, a venda de embalagens personalizadas para food service delivery e take away quadruplicou, o que já representa 15% das vendas de embalagens do site. A Klabin registrou, nos primeiros três meses deste ano, R$ 2,6 bilhões de receita líquida, alta de 4% em relação ao primeiro trimestre de 2019. Metade do resultado vem da exportação dos produtos e a outra, do mercado interno. A empresa também está entre os maiores fornecedores do mundo de papel-cartão para a gigante sueca Tetra Pak, líder global de embalagens de alimentos e produtos líquidos.

Única da América do Sul a fornecer à companhia sueca, ampliou sua participação a partir da necessidade de mais insumos para atender à demanda mundial. “A Klabin foi a empresa mais preparada para reagir à demanda da Tetra Pak e conseguiu operar com 30% mais vendas do que o normal”, afirmou Teixeira. A perspectiva, no entanto, é de que haja acomodação no segundo semestre, devido à estabilidade de consumo, diferentemente do cenário percebido nas primeiras semanas após o início do confinamento.

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INÍCIO DA QUARENTENA No primeiro trimestre de 2020, a companhia registrou alta de 4% na receita líquida, com R$ 2,6 bilhões, e comercialização de 849 mil toneladas de papel. (Crédito:Divulgação)


E-COMMERCE

  Segundo a presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado, Gabriella Michelucci, o estoque inicial de suprimentos, feito no início da pandemia, e a corrida pelo computador explicam o crescimento inicial. “Antes da pandemia, o e-commerce representava de 4% a 5% das vendas do varejo. Hoje, chega perto de 7%, o que mostra o crescimento da demanda por papelão”, disse Gabriella.

A perspectiva de crescimento em 2020 é bem mais tímida, na casa de 0,3% sobre os 3,6 milhões de toneladas de papelão ondulado expedidos pelas empresas do setor, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas encomendada pela ABPO. Levando-se em conta que o Produto Interno Bruto (PIB) deve encolher 6,5% no ano, segundo o Boletim Focus, o saldo positivo do segmento, ainda que mínimo, pode ser visto como bom.

“Esse resultado é de um cenário moderado, considerando a perspectiva para o segundo semestre. Depende, também, de como será o consumo daqui em diante”, afirmou ela.

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GABRIELLA MICHELUCCI: Presidente da ABPO projeta alta de 0,3% no volume de papelão em 2020. (Crédito:Divulgação)


Se, por um lado, houve acréscimo de vendas de papéis e embalagens a partir das vendas on-line, por outro, a pandemia trouxe diminuição no volume de sacos de cimento – setor do qual a Klabin tem 60% do mercado. É que, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cimentos (SNIC), o mercado encolheu 5,8% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, em virtude da paralisação da construção civil por causa da crise do coronavírus. Com a retomada gradual, a expectativa é de que nos próximos meses o volume volte a patamares registrados antes da pandemia.

INVESTIMENTO
  Foi em 2019, num cenário em que ainda se falava em crescimento da economia e não em recessão, que a companhia fez o maior anúncio de investimento de sua história: o projeto Puma II, pelo qual serão alocados, até 2023, R$ 9,1 bilhões para a construção da unidade onde serão instaladas duas máquinas de papéis para embalagens, com capacidade anual de 920 mil toneladas.

Dos R$ 820 milhões de investimentos realizados no trimestre, R$ 527 milhões foram destinados ao Puma II. Mas nem tudo foi positivo para a Klabin em 2019. No início do ano passado, a companhia assistiu ao anúncio da fusão da concorrente Suzano com a Fibria, que resultou na maior empresa produtora de celulose de eucalipto do mundo, o que fez com o preço do papel atingisse preços abaixo do esperado, por causa do grande volume de material estocado pela empresa.

“Os preços não se recuperaram até então, em virtude do aumento do estoque da Suzano”, afirmou Cristiano Teixeira.

Para aumentar sua participação no mercado, a Klabin concretizou, em março, a aquisição da unidade de negócios de embalagens da International Paper no Brasil, por R$ 330 milhões. Com a compra, que ainda aguarda aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a empresa aumentará o market share de 18% para 24%, além de alcançar capacidade instalada de 1 milhão de toneladas de papel ondulado ao ano.

Com 18 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina, a companhia é responsável por 498 mil hectares, dos quais 240 mil hectares são de mata nativa. Segundo a empresa, são preservadas 883 espécies de animais e quase 1,9 mil de plantas, além de 258 mil hectares de área plantada de eucalipto e pinus, de onde saem os seus produtos.

De um lado preservação ambiental, de outro a aposta em inovação. Uma das mais recentes iniciativas surgiu no centro de tecnologia da companhia, no Paraná. Pesquisadores da empresa, em parceria com o Instituto Senai de Inovação, desenvolveram uma formulação inédita de álcool gel a partir de celulose microfibrilada, que substitui o carbopol, elemento químico essencial para a produção e que começou a faltar no mercado, por causa da grande demanda. Foram produzidas 4 toneladas para distribuição a 24 mil profissionais de Saúde no País. Não está nos planos da companhia produzir álcool gel, mas sim fornecer o insumo para empresas do segmento.

Os números da Klabin e do próprio segmento de papel e celulose poderiam ter sido bem diferentes no período de isolamento, não fosse por um detalhe: inicialmente, o setor de papel e celulose não foi considerado como essencial pelo governo federal, mesmo sendo fundamental para garantir a manutenção de boa parte da cadeia varejista brasileira. Foi necessário que o CEO da companhia avisasse a ministros, por carta, que para o varejo seguir vendendo seria necessário ter papel para embalar os produtos. “Não adianta ter o ovo se não tem a caixa do ovo”, disse Teixeira. Gabriella, da ABPO, endossa. “Se não houvesse a liberação da fabricação de embalagens, haveria uma ruptura total para a indústria.” Foi preciso alguém dizer isso para que o presidente da República e sua equipe chegassem à conclusão elementar que, sem papel, não tem entrega.

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Fonte: Revista IstoÉ Dinheiro

SUZANO

A Suzano (SUZB3) avalia que o nível atual de preço de celulose é insustentável para garantir a rentabilidade da indústria, mas ao mesmo tempo mantém plano de produzir e vender mais da matéria-prima do papel este ano ante 2019.

A companhia, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, encerrou o segundo trimestre reduzindo seus estoques em 220 mil toneladas e avalia que no setor os níveis do produto estejam equilibrados.

Porém, executivos da Suzano afirmaram em teleconferências nesta sexta-feira que a pandemia de Covid-19 causou um adiamento de paradas de manutenção de fábricas em toda a indústria para o segundo semestre, o que pode impactar a oferta de celulose em um momento em que a demanda por outros papéis além dos sanitários começa a se recuperar.

A Suzano, que em 2019 concentrou suas paradas no primeiro semestre, fez o oposto este ano e deve realizar manutenções em 10 de 12 linhas de produção na segunda metade de 2020.

Apesar do cenário, o presidente-executivo da Suzano, Walter Schalka, evitou fazer comentários precisos sobre a política de preços da empresa no segundo semestre.

“No longo prazo, não é sustentável o preço. Uma parte relevante dos participantes da indústria trabalha com zero Ebitda e a totalidade com taxa interna de retorno inadequada, incluindo a Suzano”, disse Schalka a jornalistas. “Mas quando vai ser o ajuste (nos preços) é difícil de responder.”

A Suzano divulgou prejuízo de cerca de 2 bilhões para o segundo trimestre, impactado por variações cambiais e crescimento de 35% no Ebitda ajustado, que alcançou 4,2 bilhões de reais. As ações da empresa disparavam nesta sexta-feira, liderando as altas do Ibovespa com salto de mais de 9%, enquanto o índice mostrava ganho de 1%.

O presidente da Suzano comentou ainda que o mercado doméstico de papel “já passou pelo pior” da crise gerada pela pandemia, em meio à retomada do varejo em uma série de regiões do país após flexibilização de medidas de isolamento social.

Fonte: Moneytimes (https://www.moneytimes.com.br/preco-da-celulose-dificulta-retorno-mas-suzano-mantem-plano-para-2020/)


Com tudo isto, abriu-se neste mercado uma lacuna muito grande devida à escassez de técnicos experientes e capacitados para ocuparem principalmente vagas de nível gerencial que surgiram em um espaço de tempo relativamente curto.

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